segunda-feira, 12 de setembro de 2011

ETERNO APRENDIZ

Aquele que pensa consigo e diz: "Preciso aprender a aprender". Necessária humildade e coragem  para adentrar no mundo da aprendizagem.
Somos constituídos por aquilo que nos falta?! Na aprendizagem sim, pois o que aprendemos, será base para o que ainda temos que adquirir.
A escola e as aulas sempre têm seus paradoxos. Para alguns é tédio, para outros calma e remédio. Sala de aula, quadro, mensagem, professor(a), o custo e o preço, a medalha e o mérito a conquistar, alegria do começo e desafiante perseverança para ir até o fim, lugar onde o valor está.
O não-saber é positivo, dá à vida dinâmica e sentido, interesse que não se encerra na busca insaciável da descoberta.
         O erro? Ah! Ele faz parte e talvez seja necessidade para se poder acertar. Mas lembremo-nos do engano, ele é pior que o erro, pois aos poucos vai criando e concebendo uma verdade inexistente na mente.  Quando se erra, o que se aconselha é virar a página, sem ter medo das lágrimas e das palavras erradas continuando na práxima página a escrever com a tinta que é a própria vida.
        Aluno, que em latim quer dizer alumni, aquele que está à luz e, então, direcionando-se por ela e à ela; luz que lhe é proporcionada pelos mestres/professores em cada palavra, em cada aula.
      Professor que também se torna aluno do aluno, pois o aluno lhe é sentido, inspiração e razão da sua pesquisa e preparação para aplicar sua maestria com afinco e convicção. Ele tem a "coragem de ensinar o que ainda pode estar aprendendo e com isso aprende o que está ensinando" (Cora Coralina).
      "Só sei que nada sei."� Expressão socrática para indicar o limite e a possibilidade humana diante do saber. Não deve ser uma expressão que conote conformidade com o limite e com aquilo que não se sabe. Pelo contrário, deve ser uma injeção de ânimo para curar a preguiça intelectual e projetar o homem à possibilidade contida no processo da aprendizagem.
      E, como dizia o poeta maior, "não nos afastemos muito, vamos juntos de mãos dadas" (Drummond), eis a raiz de um eterno aprendiz: saber que é aluno, mas também pode ser professor, precisa do outro que também precisa dele, círculo de quem doa e recebe de modo fraterno e perene. Isto porque, como diziam nossos avós, "ninguém é tão pobre que não tenha nada a doar, e ninguém é tão rico que não tenha nada a receber".
      Coração centrado, olhos atentos, mente aberta, eis o aluno; solo fértil que acolhe do professor conhecimentos que são sementes capazes de produzir nele os seus devidos frutos, seja pela descoberta gradativa de um novo mundo, seja pela humildade adquirida através do limite que o humaniza.
       Os sonhos, os ideais, os objetivos, não podem ser considerados distantes da realidade sob a âncora do "futuro"; eles são construídos aos poucos, dia após dia, no hoje presente, com a escola do ontem passado para seguir em frente.
       Se há o sonho de ser um grande professor, administrador, contador, advogado, médico, psicólogo, seja lá o que for, é preciso saber que esse "eu ideal" começa no "eu real". Ou seja, construo a casa do meu futuro com os tijolos do meu hoje, pois sonhar é acordar-se por dentro e ter um desejo incontido de viver e ser.
      "Começar é de muitos, mas perseverar é de santos". Não digo os santos "imaculados" e já preparados, mas todos os viventes que jamais desistem do aprendizado.

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