quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Hudson Roza: Natal: a festa do amor

Hudson Roza: Natal: a festa do amor

Natal: a festa do amor




Novamente nos preparamos para vivenciar o clima de Natal e assim refletir com afinco sobre esse tema sempre rico em significado. O significado? É o amor, que nas suas variáveis e dinâmica inesgotável, continua a movimentar a humanidade.

Evidenciar em primeiro lugar a essência do Natal, no acontecimento extraordinário que marcou a história da Humanidade: o nascimento do Menino Deus.

Todas as formas de religiões existentes até esse acontecimento se davam numa forma de “ascendência humana”. Ou seja, o homem através de ritos inúmeros se esforçava para chegar até os deuses ou até Deus. Contudo, em Jesus, Deus Pai quebrou esse paradigma e de uma forma surpreendente se abaixou para encontrar de perto à humanidade. Deus veio até o homem!

“E o verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Um acontecimento que reflete a maior Kênosis (esvaziamento) Divina, para que pudesse estar mais próximo da humanidade e assim poder demonstrar a magnitude do seu amor. De fato, só quem se esvazia de si mesmo, é capaz de ir ao encontro do outro com intensidade, legitimidade e verdade no amor.

Todos nós ao contemplarmos o Presépio ficamos perplexos diante do paradoxo do Amor, da Perfeição, da Riqueza e do Poder de Deus contidos nos símbolos que o constituem. E num mundo cada vez mais preocupado com as luzes, com os enfeites, com o modismo e consumismo, com as pompas, com a estética, enfim, com as coisas grandiosas; a cena do Natal nos sensibiliza e nos torna mais flexíveis às coisas simples.

O Natal entre coisas é também a Festa do Amor. Mas não um amor banalizado que sugere uma relativa compreensão semântica, mas um Amor que tem como parâmetro o esvaziamento de Deus para se aproximar da humanidade.

Deus é amor (I João 4,8), e onde está Deus aí também deve estar presente o amor. Por isso que o gesto sempre renovado de acolher Jesus no coração é ao mesmo tempo um compromisso assumido de vivenciar mais o Amor. E o amor é sempre inesgotável, sempre temos algo a aprender e a acolher, a ensinar e a ofertar, não há limites, uma vez que “a medida do amor é amar sem medidas.”(Sto. Agostinho)

Viver o amor não é tão fácil, mas o primeiro passo precisa ser dado. É o momento de exercitarmos o esvaziamento, de crescermos em humildade, que nada tem haver com a inocência (ou o famoso “deixe de ser besta!”). É atitude Cristã, na maturidade de ter posse de si para poder se decidir pelo caminho melhor e não pelo mais fácil. O caminho melhor é aquele que nos projeta, que nos liberta, que nos desenvolve humanamente, que nos faz autores da nossa própria vida; enquanto que o caminho mais fácil nos paralisa, nos prende, nos vicia, nos vitimiza.

Precisamos ser mais simples, deixar as nossas complicações de lado, levar a vida com leveza, na soberania de quem detém um dom por vocação e por opção. Sim, amar é um dom, mas que se concretiza na nossa decisão.

Em suma, o Natal reflete a nossa vocação Humana e Divina. Na tradição da Igreja há uma máxima que diz: “O filho de Deus se fez homem para tornar o homem filho de Deus”. Nesse pensar, Sto. Atanásio ainda afirma: “O filho de Deus se fez homem para nos fazer Deus”.

Deus está entre nós, é o Emanuel, Deus conosco e Deus em nós!!! Eis a nossa motivação e ponto de partida. Que saibamos nos esvaziar de nós mesmos para nos preenchermos de Deus, e assim podermos transbordar Amor em tudo que somos e fazemos.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O presente do futuro

Eis que o futuro é agora, a partir do que sou e faço nessa hora.
Eu o idealizo na realidade
que possuo, tal e qual as sementes...

São pequenas, mas são inteiras, trazem em si a capacidade da VIDA.
No processo natural e sobrenatural de plantar, cultivar, frutificar para se poder semear.

As sementes também é a minha mente,
Tenda em que habito e arquiteto o próximo passo, a próxima ação, o meu mundo.

Portanto, o futuro não está distante, ele é o atual instante.
É o já agora que inicio, a partir do que elejo como importante a um objetivo.

Eu posso diminuir as incertezas, planejando melhor o amanhã a partir do hoje
Maneira correta de preparar o futuro, pois afinal: eu o construo.

sábado, 9 de março de 2013

PAI PRÓDIGO




Reflexão poética sobre a parábola do filho pródigo.
O que é ser pródigo? É ser esbanjador, gastar sem limites o que se tem. Nesse sentido, o pródigo da estória é o Pai, que não limitou a sua capacidade de amar no acolhimento surpreendente ao filho rebelde. A tristeza (de ver o filho partir e a herança pedir), a saudade (na esperança de aguardá-lo diariamente na varanda) e a alegria do Pai ( de ter o filho de volta) são perceptíveis nesse itinerário. 
Parábola que busca mostrar a grandeza inesgotável do amor de Deus por cada um de nós. Tantas vezes nos afastamos dele, tal e qual os filhos representados na parábola. Seja o filho mais novo que foge, pede a herança (e então a morte do pai), seja o mais velho que sente inveja do irmão e sente-se “esquecido” pelo pai.
É bom sentir-se acolhido na surpresa do amor. É como aquele filhinho que apronta algo de errado e teme que a mãe (ou pai) descubra. Mas quando percebe que a mãe não o culpa, mas o abraça, brota o arrependimento e um novo desejo de viver sob o impulso vital daquele abraço, daquele amor.
Esta figura acima, o quadro "A volta do Filho Pródigo" de Rembrandt, mostra o pai que acolhe o filho. Teriam muitos detalhes para se comentar, mas um em especial se destaca: o detalhe das mãos do pai. Elas têm um aspecto masculino (mão esquerda) e também feminino (mão direita), para dizer que Deus também tem a ternura de uma mãe e não só a “severidade” de um pai. Ou seja, a severidade paterna de Deus é demonstrada através de uma ternura materna.
Deus foge da lógica humana, que privilegia o mérito e sua recompensa, Ele sempre vai além com aquilo que ele é e tem: AMOR.
Deixemo-nos amar, deixemo-nos abraçar por Deus, sem pressa que corrói o que é profundo, sem raciocinar muito, apenas sentir no coração esse amor. Se quisermos falar alguma coisa, que seja através do silêncio e das  lágrimas ( a linguagem do coração). Nelas, um coração arrependido e, sobretudo, agradecido por tão grande amor Humano e Divino.
Quando somos amados por Deus, haurimos dele uma capacidade para amá-Lo no afã de também querer amar os que fazem parte da nossa vida e os que ainda precisam fazer; Àqueles que precisam ser acolhidos, numa projeção do acolhimento que Deus sempre tem por nós.
Enfim, o filho soube retornar Àquele que jamais deixou de acreditar na sua volta. A motivação não foi a fome do pão, mas a fome afetiva, o grito do coração que o fez retornar ao lugar seguro, à "casa do amor".
"A lembrança é o órgão da fé e do amor", rezam os judeus. Lembrar-se de Deus e da segurança cordial que Ele proporciona já é uma maneira de retornar e querer ficar.
Façamos essa experiência do retorno à Casa do Pai para percebermos a grandeza do Amor Divino.
O amor... a força que dinamiza a vida.


 PAI PRÓDIGO

Muito mais pródigo que o Filho foi o Pai
Porque agiu de forma inesperada.
Agiu de forma errada, nem o próprio filho esperava.

Aquele filho queria ser apenas servo
Porque teve consciência do erro cometido,
Mas logo que a casa retornou
Percebeu que o Pai “errou” porque o acolheu como filho.

-”Esse Pai é pródigo, como pode me aceitar?!... Eu que desejei sua morte pedindo já a herança...
Abraça-me, acolhe-me e não faz nenhuma cobrança”.

Esse Pai é Pródigo...
Porque não limita o seu amar.
Esse “erro” concertou o erro do filho.
Ele tinha fome e na casa do Pai viu uma solução para fome acabar.
Mas quando pelo Pai deixou-se abraçar,
Não foi mais a barriga, mas foi o coração a gritar.

Nesse grito um coração arrependido
Surpreendido pelo amor desmedido
do Pai pródigo por amor.
Coração que devolveu o que tinha se perdido
A dignidade de Filho, que O encontrou e se reencontrou.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

DICIONÁRIO DO ADMINISTRADOR


Imagine: Você está na sua Organização e de repente é surpreendido por um pedido do líder:
“Por favor, entre em contato com todos os STAKEHOLDERS, principalmente o SPONSOR da empresa, para marcarmos um BRAINSTORMING e montarmos o BRIEFING, fundamentado no PDCA... Procure saber se alguém já tem o FEEDBACK da última reunião e fale pra todos trazerem a Análise SWOT para auxiliar no BUSINESS PLAN... Se alguém estiver O.O.O., mande SMS”.
Qual seria sua reação diante dessa realidade?
Pensando nisso montei um “dicionário” com os termos em inglês utilizados na Administração para facilitar nossa compreensão.
DICIONÁRIO DO ADMINISTRADOR
Análise SWOT: Fundamenta-se meditação dos pontos fortes e fracos no âmbito interno e nos riscos e oportunidades, no âmbito externo da empresa
Approach: abordagem;
Assessment: ferramenta utilizada pelas empresas para avaliar detalhadamente o perfil e as características do profissional;
Board: conselho diretor;
Brainstorm: discussão ou conversa para troca de ideias sobre um assunto; 
Branding: conjunto de ações ligadas à administração de uma marca;
Briefing: conjunto de informações para a realização de uma determinada ação, dossiê;
Budget: orçamento.
Business Plan: plano de negócios.
Business Unit: unidade de negócios.
Case: estudo de caso.
CEO (Chief Executive Officer): é o profissional que ocupa o cargo mais alto da empresa, presidente.
CIO (Chief Information Officer): é o profissional responsável pelo planejamento da área de tecnologia da informação, diretor de TI.
CFO (Chief Financial Officer): é o profissional responsável pela administração financeira da empresa, diretor financeiro. 
Chairman: presidente do conselho que dirige a empresa. 
Commodity: matéria-prima.
COO (Chief Operations Officer): é o profissional que cuida mais de perto da rotina do negócio, executivo-chefe de operações. 
Coach: é o profissional que orienta a vida profissional de outras pessoas, por meio de técnicas e treinamentos específicos. 
Core business: é o principal negócio da empresa.
CRM (Consumer Relationship Management): ferramenta para gestão do relacionamento com clientes.
Customizar: personalizar algo - um produto, um processo, um serviço, uma apresentação etc.
Deadline: prazo final, data em que alguma tarefa precisa ser terminada.
E-learning: ensino ou treinamento que acontece através da Internet.
Expertise: habilidade ou conhecimento técnico em determinada área.
Feedback: retorno ou resposta sobre o resultado de um processo ou atividade.
Follow-up: entrar em contato, fazer acompanhamento.
Forecast: previsão.
Hands-on: participação ativa.
Head: é o profissional que lidera uma área, um departamento ou um projeto. 
Headcount: número de pessoas que trabalham em determinada equipe.
Headhunter: caça-talentos, recrutador.
Insight: ideia súbita, percepção.
Internship: estágio.
Job rotation: rotação em diferentes áreas da empresa para adquirir novos aprendizados.
Joint-venture: associação de duas empresas ou mais para a produção, prestação de serviços, busca de novos mercados, etc.
Know-how: conhecimento e uma capacidade para fazer algo com perfeião;.
KPI (Key Performance Indicator): indicador de desempenho.
Merchandising: conjunto de atividades de marketing e comunicação destinadas a promover marcas, produtos e serviços.
 Newsletter: boletim de notícias.
Networking: rede de contatos profissionais.
OOO (Out of Office):  "ou-ou-ou" quer dizer nada mais do que ausente do escritório.
Outsourcing: terceirização.
PDCA: Essência do agir administrativo. Plan (planejar), Do (fazer/desenvolver)Check (Observar/Controlar) e Act (Agir com eficiência e eficácia)
SEO (Search Engine Optimization): conjunto de técnicas que visam otimizar o posicionamento de sites nos mecanismos de busca.
Skills: habilidades ou competências.
Sponsor: é o profissional responsável pelo recurso financeiro de um projeto. 
Start up: dar início a uma operação ou atividade.
Supply-chain: cadeia de abastecimento.
Trainee: profissional em treinamento.
Trend: tendência. 
Target: alvo, público-alvo.
Workaholic: profissional viciado em trabalho.
Workshop: treinamento/palestra sobre determinado assunto.
Workshop: treinamento ou palestra.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

CRISE: Oportunidade ou perigo?


Quanto mais espinho, mais beleza e perfume uma flor reserva. A facilidade por vezes desvaloriza a essência da verdade. Não que seja critério, mas a dificuldade prova, preserva e fortalece o que tem valor no interno.
É preciso saber que o vento contrário tem os dois lados, conforme os ideogramas (letras) que compõem a palavra CRISE em chinês: PERIGO e OPORTUNIDADE. 

Ter a consciência do perigo que me alerta para não ir além do risco, aumentar o cuidado e redobrar a atenção. Raciocinar o erro que está à minha frente e quem sabe evitá-lo.
E se o perigo existe, ainda que seja em forma de palpite, é preciso reconhecê-lo e nele os medos que o recheiam. Considerar os limites e as ameaças, viver com humildade no círculo da minha realidade.

Mas a coragem aí também reside, no paradoxo de ser forte ao assumir a própria fraqueza; na liberdade de dizer sim em forma de não; no reconhecer que a bagagem interior não está preparada para seguir numa estranha estrada; na inquietação de não ter segurança e totalidade perante a próxima ação, censurando sua intenção.

O outro lado do vento e o que tem maior proveito é a oportunidade. Aliás, a palavra oportunidade tem origem no nome de um vento importante na navegação da antiguidade; os latinos chamavam de “ob portus” ao vento que conduzia a embarcação em direção ao porto.
Ob Portus ou Oportunidade, eis o vento que projeta, que faz ir além dos limites e das tempestades. Mas é preciso atenção, perspicácia e sabedoria para discernir, para decidir, para empreender a vida numa causa que custe a felicidade. Enfim, é preciso deixar-se envolver pela oportunidade dando sentido e significado para o que seguirá.
O risco sempre vai existir, bem como as crises.
Seria insignificante e muito estática a vida se não houvessem tais contrariedades.
São, pois, paradoxos, pérolas escondidas nas profundezas do mar, são também oásis descoberto no mais seco dos desertos. 


As pedras no caminho existirão, mas será minha a decisão de torná-las obstáculo e limite, ou então, decidir “juntá-las para construir um belo castelo” (cf. F.Pessoa).


É preferível o Castelo ao obstáculo, a surpresa à murmuração, a possibilidade ao limite. Enfim, é melhor o esforço recompensador de ser Autor do que o comodismo improdutivo de ser Vítima.


 Assim a vida será sempre interessante, na novidade e dinâmica que ela reserva para quem é capaz de enxergar mais oportunidade do que perigo nos ventos contrários e crises.