domingo, 31 de julho de 2011

COMEMORAR...


   Estar com memória de algo que constitui a própria história. Celebrar então, atualizando aquilo que está guardado de forma perene no coração.
   Alegrar-se, dar as mãos, sorrir, dançar, comunicar-se, convidar família, aqueles amigos que são irmãos; enfim, unir e reunir a muitos para participarem da comemoração.
   Às vezes, comemora-se na solidão, na solidez que costura a história através dos fios das lembranças arquivadas no baú do coração. Dos momentos bons e de suprema alegria, daquela festa, daquela palavra, daquela homenagem, daquele dia...
   Mas chorar, lamentar alguma ausência e relembrar momentos dolorosos, também é uma forma de comemorar. Experimentar a saudade, entendendo-a a partir da metade que reside em cada um de nós e que é despertada em algum momento, seja num dia, numa música, , numa cena, num lugar, num cheiro, num primeiro pedaço de bolo ...
   Comemorar... Contar com a Benção de Deus. Benção que é gratidão por poder chegar e conquistar; e também é força e proteção que capacita a perseverança no mesmo caminho, de flores e espinhos, de fidelidade e dificuldades, de vitórias e lutas.
   O bolo é símbolo de suprema importância na comemoração. Reflete a partilha. Não somente do que se tem, mas principalmente do que se é na própria vida. Sabendo que partilhar é também uma forma do dom se multiplicar e nada faltar no coração e na mesa.
   Enfim, comemorar (num dia) é a forma condensada de expressar o amor existente em toda uma história construída, mantida e que por ser celebrada recebe a devida motivação para que a vida seja continuada.
   “A vida é o valor maior” e por isso deve ser comemorada e cada vez mais ”bem vivida”.
   Comemorar é ser grato Àquele que não nos dá tão somente muitos anos de vida, mas nos concede com seu amor e bondade muita vida em todos os nossos anos.



A mesa está preparada...
 A vida está sendo cantada, valorizada, celebrada.
Todos estão com memória, reconhecem em alguém o seu maior dom, o maior valor: a vida.
A gratidão está presente.
A Deus primeiramente, pela vida e pelos inúmeros e preciosos presentes.
Os que rodeiam a mesa demonstram isso, presença e presente de Deus.
Nessa mesa não falta ninguém, todos marcam presença. A mesa não é física, e nem precisa para ser verídica; ela vai além das distâncias e dos limites da vida.
Os que nela estão são aqueles que estão no coração, lugar onde a distância e o tempo às vezes são relativos na comemoração.
“As muitas felicidades e os anos de vida” que são oferecidos são acolhidos com alegria.
O olhar de quem recebe as palmas, as palavras, e toda homenagem é de gratidão, de muito obrigado a saber que todos são presentes que refletem a presença amorosa de Deus em sua vida.

sábado, 30 de julho de 2011

ÓCIO CRIATIVO OU RECREATIVO?

PRA QUE PENSAR, RACIOCINAR, ESCREVER,
CONCEITUAR AQUILO QUE É MELHOR SENTIR E VIVER?

NÃO, NÃO PRECISA PENSAR, NADA DE ÓCIO CRIATIVO, POIS ELE PODE SER UMA OUTRA FORMA DE ATIVISMO.
É MELHOR DEIXAR FLUIR, A BRISA DO MAR SENTIR NO VENTO QUE ACARICIA O ÂMAGO DA ALMA.
É MELHOR ENCANTAR-SE COM O NATURAL, VER O SOL, SEJA NO POENTE OU NASCENTE, E USÁ-LO COMO UM COLÍRIO A PURIFICAR O OLHAR.

MANIA FILOSÓFICA DE INTELECTUALIZAR O QUE É SENSIBILIZADO OU CONSEQUÊNCIA DE UM ATIVISMO IMPARÁVEL QUE REFLETE ATÉ QUANDO ESTAMOS PARADOS?

REFLETIR É DIFERENTE DE PENSAR, É UMA MANEIRA DE CONTEMPLAR E CELEBRAR A VIDA. ENTÃO, O ÓCIO CRIATIVO, QUE É UM PERIGO, DÁ LUGAR AO ÓCIO RECREATIVO.
ÓCIO RECREATIVO. MANEIRA DE RECRIAR-SE, DE REFAZER-SE E DE CONTER O ATIVISMO QUE NOS ACOMPANHA E NOS CANSA.

O CORAÇÃO AGRADECE, QUANDO A PRÓPRIA RAZÃO DESCONHECE O QUE ELE SENTE E NÃO TEM RAZÃO SOBRE SUA RAZÃO. E ASSIM, A VIDA É CELEBRADA NA ESPONTANEIDADE DO QUE ACONTECE.
É MELHOR ASSIM, SENTAR, SENTIR, REFLETIR, CONTEMPLAR, VIVER...


quarta-feira, 20 de julho de 2011

DIA DO AMIGO!!!


Um amigo? É um tesouro que se encontra, provado e obtido perante os perigos, dores, flores e decepções da vida.
Com o amigo, a gente chora, canta, ri, briga e dança. O amigo se ama, seja na chegada seja na partida, ele o é por toda a vida.

Ter e ser amigo é saber que se tem um lugar onde podemos ser nós mesmos, abrir o coração, falar dos nossos anseios, sonhos e medos.

É partilhar a mesma dor, chorando a mesma lágrima. Também é sorrir o mesmo sorriso, sendo benevolente com a vitória do amigo.
 
Inacabável é a amizade construída pelos alicerces da confiança; o que se constrói é um laço de cordialidade, numa profunda reverência e intimidade.
Amizade ágape, que conta com a benção de Deus, onde se aprende que “o que é meu também é seu”.

Um presente dado por Deus, que não escolhemos, apenas aprendemos a aceita-lo como um presente que nos é dado em forma de surpresa.
É preciso aceitar o amigo e amá-lo nas semelhanças e diferenças.
Um presente que tem o dom de eternizar a presença de quem chega por um momento e torna-se perene no tempo.

Ser amigo é a metade da alma, é ser unido, é ser irmão. É ter um olhar capaz de inspirar, é ter um abraço que redime, é ter uma palavra que edifica, ou apenas, é saber silenciar, escutar.
É saber se compadecer, saber compreender, mas também falar a Verdade, ainda que corra o risco de doer. Pois amigo é aquele que nos fala o que precisamos e não somente o que queremos escutar.
 
Ter amizade é estar atento ao amigo e às suas necessidades. É ir da aparência ao coração, é superar o interesse, a troca, a superfície e fitar-se na essência.
Ser amigo é dar as mãos, ainda que haja distância, ainda que haja separação. É permanecer, mesmo tendo partido.
É perceber que no coração há eterna união e a distância e o tempo não são empecilhos.
Ser amigo... É dar um oi e um tchau e, neles, a intenção de cultivar uma amizade e preocupar-se com o outro e com sua felicidade.
 
FELIZ DIA DO AMIGO!!!!
Hudson Roza

Oração do amigo

Eu Te peço, Senhor, nesta singela oração, que eu seja fiel aos meus amigos. São poucos e impossível seria que fossem muitos. São poucos, mas são preciosos. Eu Te peço, Senhor, que eu não padeça do mal da inveja que traz consigo outros desvios, como a fofoca. A terrível fofoca que humilha, maltrata, faz sofrer. Eu Te peço, Senhor, que o sucesso do outro me impulsione a construir o meu caminho e que jamais eu tenha a ânsia de querer atrapalhar a subida de meu amigo. Eu Te peço, Senhor, que eu seja leal. Que eu saiba ouvir sempre e saiba quando é necessário falar.

Senhor, eu sei que a regra de ouro da amizade consiste em não fazer ao amigo aquilo que eu não gostaria que ele fizesse a mim. E eu Te peço que eu seja fiel a essa intenção. Que eu tenha poucos amigos, mas amigos que permaneçam para sempre. Não poderia ter muitos; não teria tempo para cuidar de todos, e de amigo a gente cuida, acolhe, ama.

Senhor, proteja os meus amigos. Que nessa linda jornada consigamos conviver em harmonia. Que nesse lindo espetáculo possamos subir juntos ao palco. Sem protagonista. Ou melhor, que todos sejam protagonistas e que todos percebam a importância de estar ali. No palco. Na vida.
Obrigado Senhor, por esse presente precioso que colocou em minha vida, a amizade dessa pessoa linda e abençoada que está lendo essa mensagem.Obrigado, Senhor, pelo dom de viver e conviver. Obrigado, Senhor, pelo dom de sentir e manifestar o meu sentimento. Obrigado, Senhor, pela capacidade de amar, que é abundante e sem fim. Amém.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

TRABALHO: Sacrifício ou satisfação?

Para alguns, talvez inspirados no mundo antigo e medieval, o trabalho é visto como um castigo. Isto porque “tripalium”, origem etimológica da palavra “trabalho”, era um instrumento que se colocava nas pessoas para produzir desconforto; logo, o trabalho tinha a concepção de castigo, de escravidão, de sacrifício.
Mas tal concepção, no decorrer da história, através da religião e dos filósofos, foi sendo modificada. O trabalho começou a ser visto como uma forma do homem ser dignificado. Sim, porque nele o homem se compromete em ser responsável, aprende a cuidar de si e dos outros.
Assim sendo, o “tripalium” foi sendo substituído pelo “poëisis”, também do grego, que significa "minha obra". A partir de então, não era mais o trabalho que dominava o homem, mas o homem podia ser autor do trabalho, dominá-lo e ser-se através dele.
É complicado quando a visão que se tem do trabalho é fardo. Tudo fica vazio e sem sentido, só existe sacrifício, longe da realização, num interesse insatisfeito e cansativo.
O fardo pode ser tirado e, nesse caso, basta quebrar o paradigma da ideia de trabalhar. É bem verdade que muitos não têm a possibilidade de trabalhar no que realmente gostariam e por isso não há uma total realização no que se faz. Às vezes, ou quase sempre, o trabalho é visto com um olhar de interesse, ou seja, apenas um meio para ganhar o pão de cada dia.
Nosso trabalho é nossa obra. Quaisquer que sejam os tipos, eles contêm possibilidades de realização.
Portanto, caro leitor, seu trabalho é sua obra. Não quero que você idolatre seu trabalho, como muitos fazem, chegando ao ponto de trocar a vida familiar, de lazer, cultural, religiosa, isso é ser escravo do trabalho. Mas que você tenha um olhar mais subjetivo e positivo do seu trabalho, buscando se enxergar nele, haurindo algo que lhe acrescente como pessoa.
Naquilo que se faz está também aquilo que se é. Devemos desejar sempre a autenticidade, ou seja, ser ao fazer. Os atos que faço constituem e manifestam aquilo que sou. Se o trabalho é "minha obra" devo tratá-lo como um instrumento para alcançar a felicidade.
Enfim, cada dia e cada ato de trabalho são sementes que me garantem o fruto de uma vida feliz, pautada na verdade da minha dignidade. Ele não pode ser considerado mais um limite ou um fardo que continuamente carrego; o trabalho deve ser pra mim uma real possibilidade de conquistar a felicidade, no esforço de cada dia.
O salário e o sustento, o alento na família. O cansaço e o esforço, para tantos é descanso. O compromisso e a responsabilidade, a minha dignidade. O intervalo e o seguimento, minha centralidade. A obediência e a disciplina, a essência. A amizade e a alteridade, a riqueza que se acrescenta. A partida e a chegada, o porto seguro. Enfim, meu trabalho e minha obra, minha vida.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

SIMPLES DEUS DOS "PERFEITOS"

Ele é sempre o que eu não sou e não consigo ser: Perfeição e Infinito. E eu, defeito e finitude.
Ele sendo simples é perfeito. E eu querendo ser perfeito sou simples.
Mas não sou simples como aquele que deseja uma coisa só e segue seu caminho tranquilo. Não, sou complicado e minha simplicidade sempre possui agitação e complexidade.
Ele, o Outro que sempre me revela um jeito para ser “eu mesmo”, como a um espelho e com seu próprio exemplo, vai com paciência me orientando por esse caminho do simples. Caminho exigido e necessário para se chegar ao perfeito.
E assim eu sigo, mesmo ainda não sendo simples e por isso insatisfeito diante da busca do perfeito que tanto alvejo.
Mas enquanto isso, Ele vai me aceitando e me amando do jeito que sou e me apresento. Isso também faz parte da sua perfeição e simplicidade.