Estar com memória de algo que constitui a própria história. Celebrar então, atualizando aquilo que está guardado de forma perene no coração.
Alegrar-se, dar as mãos, sorrir, dançar, comunicar-se, convidar família, aqueles amigos que são irmãos; enfim, unir e reunir a muitos para participarem da comemoração.
Às vezes, comemora-se na solidão, na solidez que costura a história através dos fios das lembranças arquivadas no baú do coração. Dos momentos bons e de suprema alegria, daquela festa, daquela palavra, daquela homenagem, daquele dia...
Mas chorar, lamentar alguma ausência e relembrar momentos dolorosos, também é uma forma de comemorar. Experimentar a saudade, entendendo-a a partir da metade que reside em cada um de nós e que é despertada em algum momento, seja num dia, numa música, , numa cena, num lugar, num cheiro, num primeiro pedaço de bolo ...
Comemorar... Contar com a Benção de Deus. Benção que é gratidão por poder chegar e conquistar; e também é força e proteção que capacita a perseverança no mesmo caminho, de flores e espinhos, de fidelidade e dificuldades, de vitórias e lutas.
O bolo é símbolo de suprema importância na comemoração. Reflete a partilha. Não somente do que se tem, mas principalmente do que se é na própria vida. Sabendo que partilhar é também uma forma do dom se multiplicar e nada faltar no coração e na mesa.
Enfim, comemorar (num dia) é a forma condensada de expressar o amor existente em toda uma história construída, mantida e que por ser celebrada recebe a devida motivação para que a vida seja continuada.
“A vida é o valor maior” e por isso deve ser comemorada e cada vez mais ”bem vivida”.
Comemorar é ser grato Àquele que não nos dá tão somente muitos anos de vida, mas nos concede com seu amor e bondade muita vida em todos os nossos anos.
A mesa está preparada...
A vida está sendo cantada, valorizada, celebrada.
Todos estão com memória, reconhecem em alguém o seu maior dom, o maior valor: a vida.
A gratidão está presente.
A Deus primeiramente, pela vida e pelos inúmeros e preciosos presentes.
Os que rodeiam a mesa demonstram isso, presença e presente de Deus.
Nessa mesa não falta ninguém, todos marcam presença. A mesa não é física, e nem precisa para ser verídica; ela vai além das distâncias e dos limites da vida.
Os que nela estão são aqueles que estão no coração, lugar onde a distância e o tempo às vezes são relativos na comemoração.
“As muitas felicidades e os anos de vida” que são oferecidos são acolhidos com alegria.
O olhar de quem recebe as palmas, as palavras, e toda homenagem é de gratidão, de muito obrigado a saber que todos são presentes que refletem a presença amorosa de Deus em sua vida.