quarta-feira, 14 de setembro de 2011

INTIMIDADE E REVERÊNCIA: formalidade e informalidade

    ... Ambas se completam e/ou se tornam inimigas quando separadas. É uma necessidade recíproca para que haja bons relacionamentos, quaisquer que sejam: pais-filhos, patrão-empregado, casais, religião (Deus e o homem) , professores-alunos, mestres-discípulos.
    A intimidade se conquista aos poucos, no respeito, na reverência de quem se está buscando ser íntimo. É errôneo querer ser íntimo sem antes ser reverente de alguém; Pois na reverência se entra certa deferença na alteridade, na educação, na formalidade, nos gestos, nas palavras, na razão, no cuidado, no discernimento, no jeito de acolher e de se entregar.
    Quando se começa a ter intimidade, que conota sinceridade, proximidade, essência, emoção, cordialidade, afetividade, liberdade, não significa dizer que se perdeu a reverência. Pelo contrário, na intimidade a reverência deve ser plenificada e continuada de uma maneira nova no relacionamento.
    Na administração este tema é tratado no que diz respeito à formalidade e informalidade dos relacionamentos, especialmente com os líderes e liderados. O líder formal é aquele que o é pela função, pela formalidade do cargo que exerce e pela "superioridade" que possui. O líder informal é aquele que torna-se espontaneamente uma referência para outros sem necessariamente possuir um cargo superior. Aquele que tem a autoridade pelo cargo que exerce deve ter também, nas devidas proporções, um coração que privilegie a amizade e o respeito pelos seus colaboradores. Mas na prática e na práxis nem sempre é assim, daí talvez uma raiz para divisões e desarmonias na empresa.
     Reverência em demasia é um bloqueio para que a intimidade seja concebida; o contrário também é verdade, a intimidade sem reverência torna-se vazia, o relacionamento não se enraíza e corre o risco de ser superficial.
     "A virtude está no meio", dizia o sábio Tomás de Aquino. Então, está no equilíbrio, como dizem: "nem 8 nem 80", ou em outras palavras: "Nem intimidade demais, para não deixar de ser reverente e nem reverência demais, para não ocultar a intimidade".
     Em suma, o ideal da realidade de qualquer relacionamento é que ambas se percam entre si, se misturem no sentido de uma continuar o que falta ou o que tem em demasia na outra. Enfim, Quanto maior a intimidade, maior a reverência, e vice versa. E na administração, o ideal é que o líder formal seja também um líder informal.

2 comentários:

  1. Mario Jorge, Colatina-ES14 de setembro de 2011 às 10:47

    Reflexivo e atual.... líderes e liderados deviam ler e apreender para que a prática e práxis do relacionamento melhore cada vez mais na empresa.

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  2. Extremamente difícil o equilíbrio dessas facetas. Sou líder e ao mesmo tempo sou liderado, realmente é uma necessidade da liderança no todo lidar com essas duas realidades: intimidade e reverência. Textos como esse nos auxiliam a teorizar mais a prática. Robert Lima, Campinas/SP

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