quinta-feira, 22 de setembro de 2011

PRIMAVERA...






A luz vence a escuridão, uma flor desabrocha e tudo volta a viver. O inverno passou e o que dele restou aos poucos vai se transformando.

Do inverno à primavera, a transformação. O que ela significa? Não é ruptura, é continuidade e a dinâmica natural da própria vida. Uma forma de começar de novo, no encanto da novidade e da beleza que surge.



PRIMA-VERA, primeira verdade? Qual?

Talvez a afirmação: A VIDA SOBREVIVERÁ!

É preciso enfatizar que o frio, as chuvas, e nem mesmo o pior dos invernos impedirão uma nova primavera.
Eis que “as flores florirão da mesma maneira e as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada”(F.Pessoa).
A vida não perece, é perene no jardim, está fincada no chão, tem raiz. 

Também na vida, uma tristeza não pode ser definitiva. Lágrimas, duras palavras, derrotas, perdas, não definem e nem nos escravizam. Podemos ir mais além. Não podemos confundir o que somos com aquilo que escolhemos ser diante das surpresas e contingências da vida. Eis uma esperança e garantia: “os que em lágrimas semeiam, ceifarão com alegria” (Sl 126,5).

Óbvio, para cada estação há uma necessidade e uma forma de ação. O plantio, o adubo, a poda, a colheita, etc. É urgente lembrar e respeitar a máxima bíblica: “Existe um tempo pra cada coisa debaixo do céu. Existe tempo pra nascer e um tempo de morrer, um tempo pra plantar e um tempo pra colher...”(Ecl 3,1-2). 


PRIMAVERA, um tempo para acreditar! Um tempo para redescobrir a vida que pulsa dentro de cada um de nós. Tempo de cores, de frutos e flores. A motivação do ambiente externo (natural e belo) traz uma nova esperança e renovação àquilo que há no interno.

As flores. Expressão de vida, de beleza, de perfume. Símbolo que condensa amor, carinho, saudade, através do gesto de homenagear alguém. São passageiras, mas eternizam momentos que ficam enraizados no jardim do coração.

O coração. Jardim florido, colorido, perfumado. As flores e as cores são as pessoas que dele fazem parte. Assim como o jardim é belo quando florido e bem cuidado; também o coração, tem sua qualidade e beleza quando se permite amar e ser amado.

 Mas é mesmo assim? O céu já brilha forte e claro, as flores já são vistas e já se sente os seus perfumes? A chuva cai suavemente? As borboletas, pássaros e abelhas já desfilam nos jardins?

Talvez não. A normalidade da primavera está sendo um pouco roubada pelo aquecimento global, conseqüência da falta de zelo da humanidade para com a natureza. Pior ainda, é a metáfora desse aquecimento que atinge o coração humano destruindo sua identidade e beleza.
Mas o jardim continuamente é transformado no paradoxo de morte e vida, de dor e amor, de ausência e cor, de tristeza e de beleza, de vazio e de flor. E na estação única, o coração não perde seu chão, permanece no jardim e une-se à sua raiz. Somente assim, pode ser feliz.
Sobretudo, a primeira verdade, a mensagem da primavera há de prevalecer:

A VIDA SOBREVIVERÁ!


Um comentário:

  1. Clap clap clap.... Que beleza hein, o texto e essas imagens surreais. Muito belo, esplêndido!!! Maneira perspicaz de falar da natureza, criatividade nas imagens. Entre linhas, captei a mensagem de que somos nós as flores a enfeitar o jardim do mundo. PARABÉNS!!! Andreson, Aju-SE

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