domingo, 18 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL!

       

        Estética e ética, paradoxo que tem a capacidade de ser também ponto de convergência na reflexão da grande festa do Natal.
       A estética é reverenciada: luzes a brilhar, Papai Noel, casas reformadas e pintadas, presentes e embalagens belas,  árvores, decoração, colorido, alegria, musiquinha, banquetes, etc. Há uma preocupação latente com a aparência, com aquilo que aparece e prevalece sobre outras coisas, eis a estética.
Mas será que tudo isso não é uma mera projeção dos anseios contidos no interior do homem? Ou seja, o desejo da luz e do brilho, da alegria e da música, da fraternidade e do abraço, da acolhida e da oferta, da religião e do bem, são tão grandes que perpassam o coração e precisam ser demonstrados concretamente.
       
Por sua vez, a estética deve unir-se à ética para que seja completamente bela.
        O que é Ética? De forma resumida é a capacidade humana de cultivar e promover valores, ou seja, em tudo o que se faz, em cada ato, buscar o fundamento do bem.
        Parece que nos tempos hodiernos há uma necessidade estética para que aconteça ética. Isso não é crítica, mas é uma constatação da realidade na qual vivemos. Sendo assim, surge em meu coração uma justificável opinião: a ética pode estar escondida na estética, e vice versa.
        Em suma, no afã de buscar e descobrir o valor, o amor, a beleza, a sinceridade, o sentimento, a intenção, o homem busca absorver algo essencial e perene daquilo que sugestivamente seja superficial e aparente.
        O exterior não é tão oco, ele é carregado de intenção; os presentes não conotam só consumismo, é muito mais que isso, é simbolismo que fala e une corações; as festas e banquetes não são só bebida e comida, são a união de laços fraternos, a lembrança, a saudade, a alegria ao redor da mesa, na beleza de ser e ter família; os abraços e beijos não são falseados, há arrependimento, perdão, é maneira discreta do coração falar. 
        O Natal, nascimento de Jesus, tão simples e tão perfeito, tão pobre e tão rico, tão menino/homem e tão Deus. A estética em Jesus convida à ética da humildade, do caminho ascendente cujo destino é o amor.
        O amor, o maior valor, ponto de partida e de chegada é o critério único para avaliar a ética contida na estética.
        Tudo bem que há coisas que são desintegradas do amor no significado radical do Natal; mas quem não erra na intenção de acertar? “Querer amar já é amar”, dizia Sta.Terezinha.
        Estética e ética, aparência que conduz à essência, exterior que reflete o interior, paixão que se transforma em amor, simplicidade que reveste perfeição, embalagem que surpreende antes do presente, gesto que fala mais que palavras, símbolos que resumem livros, Eros que se transforma em Ágape, corpo e alma, azáfama e calma, a roupa e a pessoa no estilo, melodia e letra na canção.
        Sobretudo, é preciso paciência no olhar estético para poder descobrir e brotar a essência de um agir ético.

        Desejo que o Verbo de Deus, Jesus Cristo Nosso Senhor,  possa encarnar-se no seu coração, armando aí sua tenda. Que ele permaneça contigo durante toda sua vida, protegendo e abençoando você e toda sua família.
        FELIZ NATAL!!!!

        



2 comentários:

  1. Grande Hudson! Ética e Estética num dialogo perfeito! Um Feliz e Santo Natal e você também!

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  2. estética simples que conduz a ética da humildade. O amor, o maior valor... Caro Hudson, suas palavras edificam e auxiliam na reflexão e vivência dessa festa tão singular para nós cristãos. FELIZ NATAL!!! Prof Sampaio e família.

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