A formação é um processo inacabado, exige contínua renovação para que o conhecimento seja sempre mais atualizado diante das inevitáveis mudanças que surgem no mundo complexo e sempre dinâmico.
Óbvio, não somos utópicos em dizer que o conhecimento pode ser adquirido em totalidade por um indivíduo, pois ele é inesgotável. Em outras palavras, nunca ninguém estará totalmente formado. Porém, o conhecimento pode ser sempre mais aprimorado, principalmente no que diz respeito àquilo que é específico e esperado de cada pessoa no seu lugar, na sua ocupação. Sendo assim, até quem é formador precisa também buscar atualizar-se na sua formação.
Prezar a formação permanente é uma sugestão sábia para que o indivíduo - constituído por aquilo que lhe falta - queira atualizar-se na sua formação para que possa fazer com afinco e precisão aquilo (e apenas) que se espera dele.
Os títulos e os diplomas são fundamentais para a formação profissional, isto é, são necessários e na maioria das vezes são condicionantes únicos para poder exercer determinados cargos profissionais. Mas não são exclusivos e não bastam por si mesmos.
O mundo contemporâneo, nas suas mudanças e inovações constantes, provocadas pelo avanço cada vez mais surpreendente da tecnologia globalizada, tem como exigência essa formação permanente.
Nesse processo, parece que parar com o que se tem (e se sabe) é regredir; não crescer e não atualizar-se é diminuir tornando-se marginalizado do mundo cognitivo.
Portanto, a formação não é algo estático e provisório, deve ser encarada como algo permeado de dinâmica e, portanto, permanente.
Mas no afã de uma permanente formação podemos nos enganar em meio a tanta informação. E o engano por vezes é pior do que o erro, pois elege algo como verdadeiro e o dogmatiza. Hoje em dia há muita facilidade de informação, mas nem sempre ela contém qualidade de formação, pois não abrange o conhecimento como um todo.
As informações são necessárias à formação. Hoje em dia, quem detém informação tem certa hegemonia naquilo que faz. Ainda, as informações são tão preciosas que elas são comercializadas em nome do fator competitividade. Contudo, é preciso abandonar o comodismo da informação que superficializa o conhecimento. É preciso ir além das aspas na maneira de interpretar as coisas e buscar sempre mais uma formação sólida.
O conhecimento é adquirido através de uma boa pesquisa. Por sua vez, a pesquisa é responsável por fazer com que os dados e a consequente informação adquirida seja um solo fértil para então atingir o conhecimento. Em outras palavras, saber organizar as informações e torná-las úteis é uma forma de atingir um conhecimento sobre algo.
Mas não é tão somente nos livros, em salas de aula e nas teorias inúmeras que a formação (e também a formação permanente) acontece. Ela também se dá através da leitura da própria vida, nas contingências e necessidades da realidade de cada pessoa.
Em suma, apesar do conhecimento e da formação ser um processo inacabado, a menor intenção de querer atualizar-se na formação já é uma maneira de buscar a formação permanente.