domingo, 29 de abril de 2012

FORMAÇÃO PERMANENTE



A formação é um processo inacabado, exige contínua renovação para que o conhecimento seja sempre mais atualizado diante das inevitáveis mudanças que surgem no mundo complexo e sempre dinâmico.
Óbvio, não somos utópicos em dizer que o conhecimento pode ser adquirido em totalidade por um indivíduo, pois ele é inesgotável. Em outras palavras, nunca ninguém estará totalmente formado. Porém, o conhecimento pode ser sempre mais aprimorado, principalmente no que diz respeito àquilo que é específico e esperado de cada pessoa no seu lugar, na sua ocupação. Sendo assim, até quem é formador precisa também buscar atualizar-se na sua formação.
Prezar a formação permanente é uma sugestão sábia para que o indivíduo - constituído por aquilo que lhe falta - queira atualizar-se na sua formação para que possa fazer com afinco e precisão aquilo (e apenas) que se espera dele.
Os títulos e os diplomas são fundamentais para a formação profissional, isto é, são necessários e na maioria das vezes são condicionantes únicos para poder exercer determinados cargos profissionais. Mas não são exclusivos e não bastam por si mesmos.
O mundo contemporâneo, nas suas mudanças e inovações constantes, provocadas pelo avanço cada vez mais surpreendente da tecnologia globalizada, tem como exigência essa formação permanente.
Nesse processo, parece que parar com o que se tem (e se sabe) é regredir; não crescer e não atualizar-se é diminuir tornando-se marginalizado do mundo cognitivo.
Portanto, a formação não é algo estático e provisório, deve ser encarada como algo permeado de dinâmica e, portanto, permanente.
Mas no afã de uma permanente formação podemos nos enganar em meio a tanta informação. E o engano por vezes é pior do que o erro, pois elege algo como verdadeiro e o dogmatiza. Hoje em dia há muita facilidade de informação, mas nem sempre ela contém qualidade de formação, pois não abrange o conhecimento como um todo.
As informações são necessárias à formação. Hoje em dia, quem detém informação tem certa hegemonia naquilo que faz. Ainda, as informações são tão preciosas que elas são comercializadas em nome do fator competitividade. Contudo, é preciso abandonar o comodismo da informação que superficializa o conhecimento. É preciso ir além das aspas na maneira de interpretar as coisas e buscar sempre mais uma formação sólida.
O conhecimento é adquirido através de uma boa pesquisa. Por sua vez, a pesquisa é responsável por fazer com que os dados e a consequente informação adquirida seja um solo fértil para então atingir o conhecimento. Em outras palavras, saber organizar as informações e torná-las úteis é uma forma de atingir um conhecimento sobre algo.
Mas não é tão somente nos livros, em salas de aula e nas teorias inúmeras que a formação (e também a formação permanente) acontece. Ela também se dá através da leitura da própria vida, nas contingências e necessidades da realidade de cada pessoa.
Em suma, apesar do conhecimento e da formação ser um processo inacabado, a menor intenção de querer atualizar-se na formação já é uma maneira de buscar a formação permanente.


domingo, 8 de abril de 2012

RESSURREIÇÃO


Já não chores Jerusalém, alegria voltou!!!!
Jerusalém que sou eu também, que vibra com a ressurreição do Senhor.
Ele está vivo, é meu amigo, acompanha-me em meu caminho.
Qual o meu caminho? O mesmo de sempre, cheio de supresas, flores e espinhos.
Porém, a maneira de caminhar deve ser sempre renovada.

Saber que tenho Alguém, que quer somente o meu bem, que me ama inesgotavelmente, enche-me de esperança.
Tenho esperança na vida, sei que com Ele sou mais que vencedor, sou capaz de ir além da cruz, além da dor e alcançar a glória, a ressurreição.
Eis que a vida vence a morte, a escuridão cede lugar à luz, as pedras são retiradas do caminho e o túmulo vai ficando vazio.

Novo dia surgiu!!! A páscoa acontece perenemente na vida da gente. Na passagem que propõe recomeço, vida nova, novos planos e sonhos, as vezes, a partir dos próprios erros.
Mas são tantos os sepulcros desse mundo que precisam de ressurreição e que ainda insistem em viver o dia antigo, preferem a escravidão do ontem do que a liberdade do hoje.
São tantos corações que precisam experimentar o toque Divino e retirarem a pedra que obstaculiza a vida nova.

São tantos os que têm a fome de mesa, de comunhão, de celebração e saciam-se daquilo que é insaciável e que provoca talvez mais vazio.
Por isso os que são tocados, os que recebem a graça de "provar" a ressurreição precisam testemunhá-la, precisam anunciar ao mundo que Jesus Cristo está vivo.

Talvez as palavras não são necessárias, basta a vida, pois ela fala e também anuncia!


Alegria minha, alegria nossa, Cristo ressuscitou!! Aleluia!!!!



FELIZ PÁSCOA!!!!



  

quinta-feira, 5 de abril de 2012

PAIXÃO DE CRISTO



O que significa os braços abertos de Cristo na cruz??? Significa o abraço redentor do Pai à humanidade.

Em Jesus, a humanidade foi reconciliada com Deus. A nossa dignidade primordial e existencial de criaturas - feitas à imagem e semelhança de Deus então manchada pela culpa original - agora foi restaurada e "recuperada".

Eis que a entrega total de Jesus, no seu amor essencialmente ÁGAPE, possibilitou-nos a Vida Nova. Sua morte destruiu a própria morte, que já não tem mais poder sobre a vida. Eis que a vida vence a morte.

Contemplar a cruz. Sensibilizar-se diante de tão grande amor, perceber o quanto somos preciosos e importantes aos olhos de Deus. Somos caríssimos, no sentido próprio da palavra, temos o valor do sangue de Jesus.

Mas não deve ser uma contemplação passiva, pelo contrário, a cruz deve tocar e trazer certa motivação à quem a contempla. 

Ela é capaz de nos consolar, suavizando as nossas dores que foram assumidas por Cristo. Unindo nossa dor, solidão e lágrimas as de Jesus, elas perdem sua força imobilizadora.

A cruz também sinaliza um caminho a seguir. O caminho do amor, do perdão, da humildade, da doação. Ter a percepção que ela é vertical e horizontal, o que significa dizer que o amor Divino (vertical) deve ser traduzido no amor humano (horizontal). Jesus deu-nos o exemplo. Exemplo de serviço ao próximo, não só compartilhando o que fazia, mas o que era.

Perceber acima de tudo que há alguém que nos amou por primeiro e que continua nos amando independente do nosso merecimento. Esse amor deveria nos motivar a também a amar. Amar a Deus, os irmãos, a si mesmo.

Um amor sempre atual, na cruz e além da cruz. Um amor que tem o poder de nos ressuscitar à medida em que aderimos de coração a todo esse projeto Divino.

Mas a cruz é para os valentes, para os que amam incondicionalmente e com fidelidade. Toda aquela multidão que seguia Jesus, até mesmo os seus amigos/discípulos, na cruz desapareceram. Permaneceram ali somente João, o discípulo amado, Maria Madalena e Maria, a mãe de Jesus e nossa. Quem sente-se tocado, amado de verdade não esquece! Por isso é capaz de amar com fidelidade e em todos os momentos.

É preciso seguir e amar a Jesus, e não o milagre ou a cura de Jesus. Talvez esse seja o maior milagre e a maior cura do nosso coração, render-se a um amor inesgotável que tem o poder de nos conceder VIDA. 


A cruz. Prova maior do amor Divino por cada um de nós...
 
 

domingo, 1 de abril de 2012

A ESPERANÇA CHEGANDO...


Eis que é chegada a Semana Santa, momento propício para refletirmos sobre a vida de Jesus, na sua entrega que revela o grande amor de Deus pela humanidade. Mas o seu itinerário é também o nosso, de cruz e de glória, e por isso é também um momento para refletirmos sobre a nossa caminhada e assim nos enriquecermos espiritualmente.
 A entrada de Jesus em Jerusalém é o ponto de partida. A multidão o acolhe com alegria, como quem visualiza de perto a esperança chegar, na salvação prometida pelo profeta: “Eis que teu Rei vem à Ti montado num jumentinho” (cf. Mt 21,5). O Cristo Salvador chegando está e por isso todos o aclamam: “Hosana ao Filho de Davi”.

A carruagem, os privilégios, o exército, a coroa, o brilho do ouro, são dispensados por Jesus. Ele chega num jumentinho com humildade e é assim que ele busca estabelecer o Seu Reino.

 Ele bem sabe que a multidão que o aclama “Bendito” será talvez a mesma a gritar “Crucifica-o”, mas nem por isso deixa de amar, de olhar nos olhos, de abraçar os que o rodeiam e viver com intensidade aquele momento haurindo forças para cumprir até o fim a vontade do Pai.

 Somos também essa multidão, paradoxo de sim e de não presentes no coração. Pensamos estar acolhendo Jesus, mas na verdade é Ele quem nos acolhe em seu coração na sua decisão de assumir para si as nossas dores (cf. Isaías 53). Jesus conhece bem essa multidão, conhece bem o nosso coração, sabe da  vontade de amá-lo com fidelidade, mas também sabe que somos capazes de traí-lo com nossa infidelidade.

De fato, “ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens” (cf. Fil 2,7-8) para nos salvar e nos libertar.  Grande amor de um Deus que se fez escravo para conceder-nos liberdade, fez-se homem para nos “divinizar” e morreu para nos permitir a vida eterna.

Itinerário da cruz e glória, entre o Domingo de Ramos até o próximo Domingo de Páscoa. Não há glória sem ter cruz, é um caminho necessário e que não permite atalhos.

É preciso acreditar que a dor é passageira e que Deus jamais nos abandona. E Embora às vezes possamos ter certa desconfiança, de forma a dizer como Jesus: “meu Deus porque me abandonastes” (Salmo 21), Ele permanece ao nosso lado, é o nosso “Cireneu” e nos auxilia no caminho de cruz rumo à glória.

 Que possamos vivenciar bem essa Semana Santa. Que possamos acompanhar Jesus participando das celebrações que a Igreja propõe nesses dias e que celebram esse itinerário de Cristo, de cruz e ressurreição e que atualizam a Sua Salvação a cada um de nós.