domingo, 1 de abril de 2012

A ESPERANÇA CHEGANDO...


Eis que é chegada a Semana Santa, momento propício para refletirmos sobre a vida de Jesus, na sua entrega que revela o grande amor de Deus pela humanidade. Mas o seu itinerário é também o nosso, de cruz e de glória, e por isso é também um momento para refletirmos sobre a nossa caminhada e assim nos enriquecermos espiritualmente.
 A entrada de Jesus em Jerusalém é o ponto de partida. A multidão o acolhe com alegria, como quem visualiza de perto a esperança chegar, na salvação prometida pelo profeta: “Eis que teu Rei vem à Ti montado num jumentinho” (cf. Mt 21,5). O Cristo Salvador chegando está e por isso todos o aclamam: “Hosana ao Filho de Davi”.

A carruagem, os privilégios, o exército, a coroa, o brilho do ouro, são dispensados por Jesus. Ele chega num jumentinho com humildade e é assim que ele busca estabelecer o Seu Reino.

 Ele bem sabe que a multidão que o aclama “Bendito” será talvez a mesma a gritar “Crucifica-o”, mas nem por isso deixa de amar, de olhar nos olhos, de abraçar os que o rodeiam e viver com intensidade aquele momento haurindo forças para cumprir até o fim a vontade do Pai.

 Somos também essa multidão, paradoxo de sim e de não presentes no coração. Pensamos estar acolhendo Jesus, mas na verdade é Ele quem nos acolhe em seu coração na sua decisão de assumir para si as nossas dores (cf. Isaías 53). Jesus conhece bem essa multidão, conhece bem o nosso coração, sabe da  vontade de amá-lo com fidelidade, mas também sabe que somos capazes de traí-lo com nossa infidelidade.

De fato, “ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens” (cf. Fil 2,7-8) para nos salvar e nos libertar.  Grande amor de um Deus que se fez escravo para conceder-nos liberdade, fez-se homem para nos “divinizar” e morreu para nos permitir a vida eterna.

Itinerário da cruz e glória, entre o Domingo de Ramos até o próximo Domingo de Páscoa. Não há glória sem ter cruz, é um caminho necessário e que não permite atalhos.

É preciso acreditar que a dor é passageira e que Deus jamais nos abandona. E Embora às vezes possamos ter certa desconfiança, de forma a dizer como Jesus: “meu Deus porque me abandonastes” (Salmo 21), Ele permanece ao nosso lado, é o nosso “Cireneu” e nos auxilia no caminho de cruz rumo à glória.

 Que possamos vivenciar bem essa Semana Santa. Que possamos acompanhar Jesus participando das celebrações que a Igreja propõe nesses dias e que celebram esse itinerário de Cristo, de cruz e ressurreição e que atualizam a Sua Salvação a cada um de nós.



Um comentário:

  1. Belo texto e que nos ajuda a termos uma boa reflexão para viver bem essa Semana Santa!!!

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